São Paulo, Brazil
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quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Carta Branca para Matar


Bem Abraham, ex-prisioneiro de quatro campos de concentração na Segunda Guerra e presidente da Associação Brasileira de Vítimas do Nazismo, teme pelo destino de minorias ao redor do mundo.
Historiador e jornalista, nascido em Lodz, na Polônia, Bem Abraham escolheu São Paulo como seu país. Escreveu 15 livros e ajudou a combater os grupos neonazistas que atacaram a rádio Atual e o Centro de Tradições Nordestinas, na zona norte da capital paulista, no início dos anos 1990. E hoje preside a Sherit Hapleitá, a Associação das Vítimas do Nazismo. Abraham passou pelos campos de concentração nazistas de Auschhitz, Brauschweig, Watenstade e Ravensbruck, entre 1943 e 1945. Foi libertado do jugo nazista num 1º de maio. Pesava 28 quilos, tinha tuberculose nos dois pulmões e escorbuto.
Aos noventa anos Abraham recebeu a revista Galileu em sua casa para falar do Hitler cujos principais carrascos como Josef Mengele, ele viu de perto. “Nenhuma bomba aliada ciu em nenhum dos crematórios de judeus feitos pelos nazistas, nenhum dormente foi retirado pelos aliados de nenhum trilho sobre os quais passavam os trens que levavam os judeus aos campos de concentração. Sabe por que isso? Porque os nazistas fizeram trabalho sujo que ninguém quis fazer contra os judeus. Isso me leva a acreditar que assim o nazismo recebeu uma espécie de carta branca. Eu tenho medo que essa carta branca ainda esteja sendo dada hoje contra os judeus, de formas diferentes, e também contra outras minorias, também de um jeito diferente. Silenciar é dar carta branca”, diz Abraham.
Ávido leitor de livros de história, ele sabe recontá-las acrescentando suas experiências obviamente nada agradáveis com o nazismo – daí seus juízos de valor terem peso redobrado: o peso de quem decidiu quase toda a vida não só pra combater o neonazismo, como também para tentar encontrar a chave e o arcano que podem explicar como tudo isso brotou.
“Hitler hipnotizava, antes de mais nada. Transformou massas num bando de gado que o seguia cegamente. Tirou a Alemanha da miséria, dando empregos em estradas, na indústria bélica. Dava eventualmente aquele encanto que eram férias em cruzeiros para os operários ou enviando-os aos Alpes. Isso foi possível porque ele emitia dois tipos de marco, um lastreado com ouro, outro lastreado com garantias do Estado, em que entravam de estradas e ponte passando por tanques de guerra”.
Abraham explica que “Hitler também dava possibilidade de roubar, de pilhar, elegendo os ‘Fracos’ atacados. Mas ele sabia também manipular, usar as pessoas e também organizá-las. Nesse quadro, os judeus eram vistos como corpos estranhos, e assim, por naquele época não terem um país foram tidos como os bodes expiatórios sobre os quais eram jogadas todas as frustrações e infortúnios do povo alemão”.

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