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quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Insanidades em nome da ciência


Hitler tentou seduzir os melhores cérebros alemães para levar a diante seu plano de criar a raça ariana. A inspiração veio da eugenia, teoria que ganhou força dos EUA no século XIX.
O termo clássico que os alemães empregavam para denominar o vocabulário ciência – Wissenschaft – ganhou sob o Terceiro Reich outra denominação: Gleichschaltung, ou “coordenação”. Ou seja: os recursos do regime deveriam passar a trabalhar coordenado embora a filósofa Hannah Arendt, em sua obra “Eichmann em Jerusalém”, de 1961, tenha tornado famosa a expressão “banalidade do mal”, que vindicava ser rasteira ao osso a capacidade dos nazistas de agregar a “ralé” às suas hostes, gente brilhante formou o corpo de cientistas de Hitler. O regime contava com canalhas de cérebros bem dotados.
A lista é enorme. Começa com o pai dos foguetes modernos, Wernher von Braun, um engenheiro brilhante. Passa por Albert Speer, arquiteto de Hitler e seu ministro de armamentos a partir de fevereiro de 1942. Talvez seja de Speer a melhor frase para definir o que era o espírito do cientista nazista. “Uma tecnocracia que não mostrara com punção em aplicar todo o seu know-how contra a humanidade”.Hitler, já em seu testamento político temporão, “Mein Kampf” (minha luta), escrita em 1925, convidava cientistas à sua definição de geopolítica, que ele chamava de Lebensraum, ou simplesmente “espaço vital”. A ciência nazista referia, deveria preservar a beleza saudável do corpo nórtico, o Volkskorper, ao combater “invasores” do “corpo alemão” – vistos como cânceres, gangrenas, tumores, abscessos. Assim criou-se a aberração comportamental que levou à morte 6 milhões de judeus, ciganos e testemunhas de Jeová, que nos campos de concentração eram chamados de “Triângulos Roxos”.
Hitler sabia que a Alemanha era pródiga em cérebros. Em 1921, 20 anos após a instituição dos prêmios Nobel, alemães haviam ganhado metade de todos eles. Alguns exemplos: Wilhelm Roentgen, descrubidor dos raios-x; Adolf von Bayer , pelo trabalho com corantes orgênicos; Philipp Lenard, pelos raios catódicos; Max Planck, pela difração da energia dos quanta e Albert Einsten.
A marca da ciência nazista era a eugenia. O termo surgiu do radical grego “eu”, que significa “bom”. Essa teoria dos “belos genes” apareceu no século XIX, quando o inglês Sr. Francis Galton, primo de Charles Darwin, cunhou o termo. A teoria apresenta duas feições. A eugenia negativa envolve a eliminação sistemática dos assim chamados “traços biológicos indesejáveis”. Já a eugenia dita positiva preocupa-se com uma reprodução seletiva, de modo a “aprimorar” as características de um organismo ou espécie.
O “boom” mundial da eugenia se deu nos EUA, durante a Grande Depressão, no final dos anos 20. Mas começou em 1890, como ideologia da elite branca, ângulo-saxonica e protestante, ávida por impedir que o “sonho americano” fosse estendido às hordas de imigrantes que buscavam nos EUA uma vida melhor.
Um discurso proferido pelo 26º presidente dos EUA, Theodore Roosevelt (1901- 1909), dá melhor dimensão ao fenômeno eugênico. “Um dia percebemos que o dever inevitável de um cidadão correto e digno é o deixar sua descendência no mundo. E também que ele não tem o direito de permitir perpetuação do cidadão incorreto, desejo que se possa evitar a procriação de pessoas erradas. Os criminosos devem ser esterilizados, e aqueles mentalmente retardados devem ser impedidos de deixar descendência. A ênfase deve ser dada à procriação de pessoas adequadas”. A primeira lei dispondo sobre eugenia, no mundo, foi promulgada nos EUA em 1924 e vigorou até 1965.
Quando o Terceiro Reich chegou ao poder na Alemanha, em 1933, o ministro do Interior, Wilhelm Frick, anunciou ao mundo que “O destino da higiene racial do Terceiro Reich e do povo alemão estará unido, de uma forma indissociável”. Em 14 de julho de 1933, Hitler declarou a Lei de Saúde Hereditária, usada com primeiro passo de um programa eugênico de eliminação das “raças inferiores”. O chefe do programa eugênico do Reich era o medico Josef Mengele.
A condenação formal à eugenia começou apenas em 1977, durante o Fórum da Academia nacional de Ciências sobre o DNA. Em seu discurso, o biólogo Ethan Signer, do Instituto Tecnológico de Massachusetts, alertou que “Na ultima vez que se pensou numa criança ideal, ela era loira, com olhos azuis, e genes arianos”.
O uso da manipulação dos genes, mesmo para evitar doenças congênitas, é ainda duvidoso. Parece emitido pelo Instituto Nacional da Saúde dos EUA (NIH), na metade dos anos 1990, alertou que 106 pesquisas clinicas realizadas em 597 pacientes revelaram que “A eficácia de qualquer protocolo de terapia genética não pode ser ainda definitivamente demonstrada, apesar dos relatos casuais de sucesso”.

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